sábado, 24 de março de 2012

Falando Sobre Valentina - Parte 2

 Parte 2 – Como a minha Valentina chegou

Quase um ano após a partida de Camila, eu já pensava em adotar outra cadelinha. A casa tinha ficado muito triste sem a presença dela. Então, planejava ir à SUIPA ou outra entidade protetora de animais para adotar, assim que minhas condições físicas estivessem melhores.

O problema era que eu não melhorava. Apesar de realizar três dolorosas sessões semanais de fisioterapia, meu estado físico não avançava. O médico responsável pelo meu tratamento percebia que o tratamento fisioterápico não estava surtindo efeito, mas não me orientou a procurar outro profissional. Detalhe: ele havia indicado a profissional que estava fingindo me tratar.

Nesse mesmo período, falei de minha vontade de adotar com Isabel, que passou a se empenhar em me arranjar um bichinho. Aqui, faço um breve desvio para explicar a importância dessa pessoa para a chegada de Valentina até mim.

Isabel trabalhou comigo durante 2 anos em um programa de pesquisas da UERJ. Conversávamos bastante especialmente sobre cachorros. Ficamos próximas. Após minha 1ª cirurgia, ela me visitou em casa e no hospital. Da mesma forma agiu quando precisei internar novamente em decorrência de complicações de uma trombose.

Por duas vezes, Isabel me informou sobre filhotes para adoção, mas ainda não era a minha vez. Até que, no dia 20/10/2009, recebo uma ligação de Isabel, perguntando se eu queria uma cachorrinha e que tinha que dar a resposta naquela hora.

Meio atordoada, pedi que me explicasse o que estava acontecendo. Isabel explicou que uma colega de trabalho estava querendo se desfazer de uma cadelinha que não se adaptou à rotina da colega e de seu marido. O casal já tinha outra cadela Yorkshire já idosa, e a filhotinha era muito agitada. A cachorrinha já havia sido oferecida para outras duas pessoas que inicialmente mostraram interesse, mas que em seguida desistiram da adoção.


Valentina quando ainda era Jully

Dada a situação, respondi que trouxessem a filhotinha. Por curiosidade, perguntei a raça da criaturinha e pedi que enviassem uma foto dela (a coisinha mais fofa do mundo!). Fui informada que elas passariam depois do trabalho para me entregar a cadelinha. Fiquei sem saber bem o que fazer. Onde ela dormiria? O que comeria? Parecia que era a primeira vez que recebia um filhote em casa.

À noite, após muita demora em decorrência de um engarrafamento, recebi em casa uma cadelinha Pinscher, pequetita, preta e dourada, com lindos e vivos olhos escuros, cotózinha, de pêlo curto e macio. Em poucas palavras: uma fofinha, muito linda. Foi amor à primeira vista. Foi olho no olho e a paixão começou. Quem poderia resistir àquele olhar?

As Primeiras Artes de Vává
Logo que chegou, a baixinha já se mostrou dona do pedaço. Coloquei-a no chão e ela logo tomou conta do espaço. Fuçou e cheirou as coisas que estavam na garagem. Parecia bem à vontade em sua nova casa. Era como se soubesse que tinha ganhado um lar de verdade, onde seria muito amada.

Peguei-a no colo e trouxe para cima. Apresentei-a à sua avó, que logo se encantou com a pequena. Ao colocá-la no sofá, a minha fofolenta batizou uma almofada com um belo xixizinho. Cheguei a perceber que ela estava “apertada”, mas não tive tempo retirá-la. Peguei-a rapidamente e apresentei-lhe o local com jornal que passaria a ser o seu novo banheiro. Não demorou e ela aprendeu a fazer as necessidades no local correto.

Muito elétrica e curiosa continuou sua inspeção pela sala. Estávamos encantadas com aquela coisinha pequena que se comportava como “gente grande”.

Numa distração nossa, Valentina habilmente entrou por trás da estante e um barulho foi ouvido. O televisor se desligou e não mais voltou a funcionar. Nosso amorzinho tinha conseguido queimar o televisor. Na hora, comentamos que ela já chegava marcando território e dando prejuízo.

Como Valentina "virou" Valentina

Quando chegou, Valentina não era Valentina. Ela era Jully. Nome que nada tinha a ver com seu biótipo ou temperamento.

Entendo que nomes devem corresponder à personalidade de quem o carrega. Os meus antigos parceiros de 4 patas tiveram nomes escolhidos a dedo, de acordo com os seus jeitos de agir. E com a nossa nova companheira não poderia ser diferente.

A forma com chegou, mostrando-se esperta e curiosa, já me dava uma ideia de quem era a nossa miúda. Observei mais um pouco. Estava claro que ela não poderia ter um nome qualquer. Sua personalidade era forte, marcante. Seus olhos eram vivos e brilhantes como jabuticabas, expressavam muita vida e alegria. Uma baixinha marrenta, cheia de si, mas, ao mesmo tempo, encantadora, engraçadinha e carinhosa.

Havia algo de dramático nela, de “novela mexicana”. Esse lado exagerado me fez pensar em nomes compostos. E as novelas mexicanas são ótimos repositórios de nomes interessantes e divertidos. Foi aí que surgiu o nome Valentina Maria. Os outros nomes também foram inspirados em personagens de novelas mexicanas.

Então, aquela pinscher pequenina e marrenta deixou de ser Jully para se tornar Valentina Maria Mercedes Consuelo Dolores Valenzuela Hernandes Miralles, a minha Valentina.

domingo, 11 de março de 2012

Viva Mais e Melhor: Tenha um Pet

O convívio com animais é positivo e benéfico não só para os idosos. Todas as pessoas se beneficiam desse caloroso encontro. Não dá para ficar indiferente a um animal de estimação.
Adotem! Quem adota sabe como faz bem à saúde.
Um fraterno abraço. :oD

Confira 5 benefícios que os pets trazem à saúde
15/2/2012 10:11:00

Os idosos precisam de segurança, afeto e contato sensorial, o que pode ser perfeitamente atendido quando se segura, se acaricia ou se alimenta um animal de estimação.

Especialistas indicam que os bichinhos também podem diminuir a solidão, ajudar a reduzir o estresse e motivar a prática de exercícios ou brincadeiras - o que não só representam benefícios ao corpo, como ao espírito também.

A partir de sua companhia e afeto incondicional, eles podem ser uma ótima fonte de conforto e segurança para as pessoas idosas.

Eles aumentam a interação social:
De um modo geral, as pessoas respondem visualmente e verbalmente melhor a alguém que caminha pela vizinhança com um bichinho de estimação. Cachorros e gatos instantaneamente "quebram o gelo" entre duas pessoas, e despertam a interação.

Sendo assim, eles motivam a comunicação, o que é bom para a saúde emocional e cognitiva. Muitas pessoas gostam de contar histórias sobre os seus pets, então, eles também acabam servindo como um ponto de partida em um diálogo com amigos, visitas ou familiares.

Eles possuem um "efeito calmante":
Os animais de estimação oferecem conforto e baixam o nível de ansiedade. Brincar com eles pode aumentar os níveis de serotonina e dopamina, que estimulam o relaxamento. De acordo com uma pesquisa, os pets também causam um efeito calmante em idosos com pouca memória que exibem comportamento agressivo ou agitado.

Eles proporcionam significado e propósito:
Pessoas com mal de Alzheimer ou outros tipos de perda de memória têm as mesmas necessidades que todos os outros seres humanos. Muitos deles se sentem muito satisfeitos em interagir com os animais, em cuidar deles e alimentá-los. Isso dá a eles um novo senso de identidade e propósito.

Eles fazem com que o ambiente fique caseiro:
Especialmente em casas de repouso para idosos, os animais têm o poder de criar uma atmosfera caseira ao ambiente. Sendo assim, mesmo que um idoso não tenha condições de criar um pet, é interessante buscar oportunidades para gastar um tempinho com animais: às vezes, um cachorro ou um gato pode trazer o conforto que nem mesmo um humano pode oferecer.

Fonte: Terra / Prontuário de Notícias.

domingo, 4 de março de 2012

Falando Sobre Valentina - Parte 1


Parte 1 – Animais não são Objetos

Deus deve mesmo saber o que faz. E definitivamente nada, absolutamente nada, acontece por acaso.
Em um primeiro momento, pensando no modo como Valentina chegou até mim e como se tornou “a minha” Valentina, fica a impressão de foi mais um cãozinho abandonado que encontrou um lar. No entanto, prestando mais atenção, entendi que não foi o acaso que nos uniu.

Do que estou falando...

Desde sempre, convivi com cães. Sou fã dessas criaturas. Cada um, com sua personalidade marcante, me mostrou como é virar gente. O fato é que o convívio com animais nos educa, nos faz crescer. A meu ver, crianças merecem essa oportunidade de crescimento.

Quando Valentina chegou, fazia pouco mais de um ano que eu havia perdido a minha Camila, cadela SRD (“Sem Raça Definida”, termo para definir cães que não são de “raça”. Como se isso fosse possível. Todos os cães são seres de muita “raça”), gente boa demais, falecida aos 15 anos, após um período de mútuo sofrimento. Camila era minha companheira, filhota de 2 outros parceiros SRD também falecidos – Lady, uma dama de verdade, e Luka, por causa da música. Ambos têm histórias interessantes.

Camila havia sofrido muito com meu adoecimento em decorrência de um acidente de trânsito. Em 2007 quando sofri o acidente, ela já contava 14 anos. Mas, olhando para ela, ninguém dizia tal estado de conservação da lataria. A minha preta não parecia uma “senhorinha”. Apesar disso, em pouco tempo, ela ficou cega e começou a apresentar quadros convulsivos. Mesmo com tratamento, o quadro foi se agravando até ela nos deixar em outubro de 2008.

Com a partida de Camila, parecia que havia se encerrado um ciclo de minha vida. Então decidi não mais ter cachorro. Pelo fato de estar sem a plena saúde, não pude dar toda a atenção que ela merecia, e isso me fez pensar ainda mais na responsabilidade de ter um animal em casa. Apesar de estar triste, a vida precisava continuar.

Os meses passaram, a saudade se amainava, mas a presença de um cão em casa estava começando novamente a ser querida. Comecei a pensar em adoção, pois entendo que quem ama animais não escolhe um companheiro pela moda, mas sim pelo afeto no momento do encontro. É uma escolha mútua.

Considero um despropósito essa ideia de comprar animais. Muitas pessoas não compreendem que animais não são objetos, mas sim seres vivos. Então, se sentem no direito de comprá-los, usá-los e, caso não seja mais do interesse, jogá-los fora. Além disso, esse entendimento desconsidera a forma como esses animais são gerados e tratados, o que potencializa uma série de problemas que, provavelmente, desembocarão em abandono do animal. Posso afirmar que Valentina chegou até mim graças a uma série de irresponsabilidades de pessoas que pensam que animais são objetos.

(continua...)