domingo, 4 de março de 2012

Falando Sobre Valentina - Parte 1


Parte 1 – Animais não são Objetos

Deus deve mesmo saber o que faz. E definitivamente nada, absolutamente nada, acontece por acaso.
Em um primeiro momento, pensando no modo como Valentina chegou até mim e como se tornou “a minha” Valentina, fica a impressão de foi mais um cãozinho abandonado que encontrou um lar. No entanto, prestando mais atenção, entendi que não foi o acaso que nos uniu.

Do que estou falando...

Desde sempre, convivi com cães. Sou fã dessas criaturas. Cada um, com sua personalidade marcante, me mostrou como é virar gente. O fato é que o convívio com animais nos educa, nos faz crescer. A meu ver, crianças merecem essa oportunidade de crescimento.

Quando Valentina chegou, fazia pouco mais de um ano que eu havia perdido a minha Camila, cadela SRD (“Sem Raça Definida”, termo para definir cães que não são de “raça”. Como se isso fosse possível. Todos os cães são seres de muita “raça”), gente boa demais, falecida aos 15 anos, após um período de mútuo sofrimento. Camila era minha companheira, filhota de 2 outros parceiros SRD também falecidos – Lady, uma dama de verdade, e Luka, por causa da música. Ambos têm histórias interessantes.

Camila havia sofrido muito com meu adoecimento em decorrência de um acidente de trânsito. Em 2007 quando sofri o acidente, ela já contava 14 anos. Mas, olhando para ela, ninguém dizia tal estado de conservação da lataria. A minha preta não parecia uma “senhorinha”. Apesar disso, em pouco tempo, ela ficou cega e começou a apresentar quadros convulsivos. Mesmo com tratamento, o quadro foi se agravando até ela nos deixar em outubro de 2008.

Com a partida de Camila, parecia que havia se encerrado um ciclo de minha vida. Então decidi não mais ter cachorro. Pelo fato de estar sem a plena saúde, não pude dar toda a atenção que ela merecia, e isso me fez pensar ainda mais na responsabilidade de ter um animal em casa. Apesar de estar triste, a vida precisava continuar.

Os meses passaram, a saudade se amainava, mas a presença de um cão em casa estava começando novamente a ser querida. Comecei a pensar em adoção, pois entendo que quem ama animais não escolhe um companheiro pela moda, mas sim pelo afeto no momento do encontro. É uma escolha mútua.

Considero um despropósito essa ideia de comprar animais. Muitas pessoas não compreendem que animais não são objetos, mas sim seres vivos. Então, se sentem no direito de comprá-los, usá-los e, caso não seja mais do interesse, jogá-los fora. Além disso, esse entendimento desconsidera a forma como esses animais são gerados e tratados, o que potencializa uma série de problemas que, provavelmente, desembocarão em abandono do animal. Posso afirmar que Valentina chegou até mim graças a uma série de irresponsabilidades de pessoas que pensam que animais são objetos.

(continua...)

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